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A nossa turma está muito feliz e orgulhosa pois recebeu um Menção Honrosa relativa ao concurso "Uma Aventura Literária 2015".
A história premiada intitula-se " Um estranho objeto...". Espero que gostem!
Esta história que vou contar surgiu do meu fascínio pelos astros e da minha fértil imaginação. Sempre admirei as estrelas, os planetas, os cometas… Como eu anseio viajar de foguetão, fazer um piquenique na lua, cativar um amigo extraterrestre!…
Tudo começou certa noite de verão, iluminada pela lua cheia e orquestrada pelos grilos e cigarras. Estava eu à janela do meu quarto, a observar o céu e as estrelas, como tantas vezes fazia, quando me pareceu estar a cair qualquer coisa do céu… Que seria? Estaria eu a ver bem? Teria sido apenas impressão minha?
Desci as escadas e fui lá fora inspecionar. Já no quintal olhei para todo o lado com extrema atenção. Nada via! De repente, algo me chamou a atenção. Era um clarão mesmo atrás da Tília Carolina… Bem, era uma tília que eu tinha no meu quintal mas eu sempre tive a mania de dar nomes a tudo. É que um nome próprio torna tudo único e o meu quintal era único para mim. Como eu estava a dizer o tal clarão prendeu-me a atenção. Dirigi-me ao local com algum medo, confesso. Mas lá fui… Vi então um objeto grande, brilhante, amarelado, duro, leve e frio ao tato. Inspecionei melhor e não descortinei o que poderia ser. O que mais me chamava a atenção era o facto de parecer um cristal! Cheiro não tinha. Hum…Lambi um pouco aquela coisa… Não sabia a nada mas era frio como gelo! Pousei lá o meu ouvido…
- Psiu! Psiu! Isso é um bocado de lua!
Aquela finíssima voz não vinha dali. Não vinha não! Eu tenho bom ouvido!
- Psiu! Psiu! Olha aqui para cima! Eu sou uma estrela. – continuou a voz.
Olhei para cima e vi uma estrela cintilante, pequenina, pousada em cima da Tília Carolina. Fiquei sem fala. Fiquei aparvalhado, estupefacto, boquiaberto…
- Ó miúdo, tu não ouves? – perguntou a estrela.
- Sim, estou a ouvir… Ouço perfeitamente – respondi eu com certa dificuldade em articular as palavras.
- Eu estava a dizer que isso aí que tu tanto observas é um pedaço da lua. - tornou a Estrela Mimi (foi o nome que lhe dei).
- Um pedaço da lua? Pode lá ser! – retorqui eu, incrédulo.
- Sim, é mesmo! Tens de me ajudar a devolver esse nariz à lua!
- Nariz?! Essa agora! – e inspecionei melhor o objeto.
Efetivamente tinha dois buracos parecidos com narinas! De repente… “Atchim! Atchim!” Saiu este som do tal pedaço de lua que, como sabem, é a onomatopeia do espirro.
- Vês, é o nariz da lua… Ela tem estado muito constipada e quando se estava a assoar ao seu lenço- nuvem o nariz caiu-lhe.
- Mas como posso eu ajudar? Que posso eu fazer? – questionei eu preocupado.
- Não sei. Pensa numa solução. – respondeu a Mimi.
- Vem até ao meu quarto. Preciso de verificar uma coisa… Vá, entra pela janela! – ordenei eu.
Entrei em casa. Subi as escadas. Entrei no quarto. A Estrela Mimi já estava no peitoril da janela.
Dirigi-me ao telescópio… Foquei a lua. Ela acenou-me! E, realmente, não tinha o nariz! Sempre era verdade… Mas que fazer?
Desci de novo as escadas e fui para o quintal. A Estrela Mimi foi ter comigo.
- Já pensaste nalguma solução? – retorquiu ela.
Não respondi mas peguei no objeto com muito cuidado e perguntei:
- Isto parte-se? Se eu bater aqui… dói-lhe? Quer dizer, a lua sente dor? Quer dizer…
- Não, isso não se parte! E é claro que a lua não sente dor! Não é um ser vivo! É o único satélite natural da Terra e o quinto maior do Sistema Solar… Mas vocês não estudam nada? Que ignorantes!
- Sei tudo isso! Sei tudo isso! – afirmei eu um pouco aborrecido. É que, assim sendo, acho que encontrei uma solução para este problema.
Fui novamente ao meu quarto. Peguei na minha luva e taco de basebol. Desci as escadas. Já no quintal segurei aquele nariz lunar e … zás!
- Afonso, que se passa contigo? Não me ouviste chamar-te para o jantar? – disse a minha mãe, arreliada. – Já estou a ver que adormeceste à janela, novamente!
Afinal tudo tinha sido um sonho, que pena! Antes de ir jantar fui dar uma espreitadela pelo telescópio. Lá estava a lua sem nada fora do normal mas… No parapeito da minha janela um objeto muito pequenino, brilhante, amarelado, duro, leve e frio ao tato cintilava!
Agrupamento Gardunha e Xisto, EB1 Janeiro de Cima
Turma 29/ Professora Ivone Gama Figueiredo